Para recordar
Este quadro de nossa revista eletrônica foi criado para relembrar momentos históricos de nossos membros que jamais devem ser esquecidos. A cada três exemplares estaremos abordando casos e histórias de qualquer aluno ou dirigente da B.M.A.T que mereça através de seus atos audaciosos serem publicados para conhecimento de todos.
Para iniciarmos este novo espaço no Brazilian Fighter Online estaremos relatando as viagens a pé idealizadas pelo professor Marcio com seus três alunos da consagrada Academia Iron Master.
A primeira viagem aconteceu no ano de 2000, de maneira irrefletida quando o professor Marcio então personal trainer de Elói Martins o convidou á enfrentar um enorme desafio frente ao treino que seu treinador costumeiramente lhe indicava.
Agendada a viagem ambos se colocaram a caminhar rumo à cidade de Santos na baixada paulista. Além dos milhares de passos a exercer tinham ainda a sensação obscura pelo o que viria pela frente nos 65 quilômetros que teriam para caminhar.
Mesmo munidos de alimentos foram longos períodos de fome e cansaço, pois encarar a estrada sem nenhuma experiência anterior não é uma tarefa muito fácil.
O momento mais crítico foi a partir do quilômetro 60, a desnutrição associada ao esforço realizado enfraquecia as últimas reservas físicas maltratando os dois companheiros. Apesar de faltar apenas 5 Km para atingir o objetivo foram horas caminhando com os pés repletos de bolha d’água, o que tornava os derradeiros metros ainda mais torturosos.
Marcio tentava manter o astral positivo com palavras motivadoras enquanto seu aluno Elói nada falava tamanho desgaste físico e mental.
Chegaram a praia do Gonzaguinha ás 19:20 hs ponto final do lugar combinado e logo em seguida foram a pizzaria confraternizar a grande conquista.
Há exatamente um ano depois apareceria na Iron Master outra vítima das ideias aventureiras do professor Marcio. Desta vez foi Valdir Americano que teve a audácia de embarcar nesta arapuca, uma vez que Elói se omitiu de novos sofrimentos.
O destino agora era a cidade de Praia Grande, há 70 quilômetros de distância da capital Paulista. Com mais experiência nossos colegas foram mais equipados afim de suportar as dificuldades.
Diferentemente da viagem anterior, Marcio e Valdir puseram a caminhar a noite iniciando seu trajeto por volta das 23:00 h. Incitados pela louca aventura colocaram literalmente os pés na estrada. Fizeram pequenas paradas para se alimentar de frutas secas e muito chocolate ao longo da rodovia dos Imigrantes.
No amanhecer já estavam na baixada santista em meio a uma grande névoa fria. Continuaram caminhando rumo a praia, afim de atingir os 70 Km propostos que estavam sendo marcados pelo relógio com dispositivo de GPS. Qual foi a surpresa deles quando chegaram à areia frente ao mar, que não haviam atingido a quilometragem estipulada. Sem pestanejar colocaram-se a caminhar mesmo exaustos na praia afim de alcançar a marca desejada de 70 Km.Enfrentando o breu da noite e o perigo dos caminhões que passavam velozes pelos aventureiros, eles encararam a longa serra do mar sem repúdios a dor nos pés e nos membros inferiores.
Depois do compromisso cumprido só restou a Marcio e Valdir sentar no quiosque e tomar uma deliciosa caipirinha, antes de retornar de ônibus para São Paulo.
A próxima viagem foi muito mais audaciosa, para a cidade do Guarujá há 90 km.
Saíram à noite totalmente agasalhados, pois nesta ocasião o frio era intenso. Conforme já haviam feito boa parte do trajeto enfrentaram sem maiores problemas as adversidades da perigosa estrada. Após algumas horas de caminhada se despiram de seus casacos, pois a esta altura o frio já não mais lhes incomodavam.
Pararam no posto de gasolina e aproveitaram para comer alguns lanches em uma famosa rede de fastfood. Diante da carência nutricional e principalmente calórica qualquer alimento é bem-vindo para saciar a destemida fome.
Tomaram um café quente e voltaram à estrada, muitos quilômetros haviam para ser percorridos. Frio e uma fina garoa atrapalharam nossos aventureiros. Passaram toda a madrugada caminhando até chegar à cidade de Cubatão, logo em seguida pegaram a rodovia para o Guarujá.
Diante do frio intenso, da distancia, da falta de recursos alimentícios e da escassez de água, não coube a Marcio e Valdir outra alternativa senão abortar a missão após terem percorridos 72 km. Neste momento ficou a frustação e a promessa de refazer novamente a viagem.
Duas semanas após, seguem os arrojados professores da B.M.A.T. a caminhar determinados pela estrada rumo à cidade litorânea do Guarujá. Desta vez com a companhia adicional de Maurício também aluno da academia Iron Master.
A saída de São Paulo se deu às 22:00 h. O trio em passadas largas tomaram a estrada desta vez registrando toda a aventura com uma filmadora.
Fizeram basicamente todos os procedimentos das viagens anteriores. A mudança ocorreu involuntariamente na metade do percurso da serra do mar quando foram abordados por policiais que os obrigaram a retornar para São Paulo. Marcio, Valdir e Mauricio ignoraram a ordem verbal e logo após colocaram-se a correr serra abaixo imbuído nos seus propósitos.
Foram quilômetros de muita correria e apreensão, pois poderiam ser presos caso se deparassem novamente com os policiais. Maurício não conteve o desgaste e abandonou a viagem em Cubatão onde pegou um ônibus. Marcio e Valdir descansaram um pouco no banco da praça e seguiram nos seus objetivos.
Dia clareando, café da manhã na padaria e renovação do ânimo para outros 20 quilômetros de caminhada. Retornaram impetuosamente atrás de suas metas, desta vez somente a cidade do Guarujá seria seu limite.
Andando pelo acostamento sentiam seus pés doerem por estar pisando em dejetos e pedras que havia pelo caminho que transitavam. Momentos depois foi o sol que castigou Marcio e Valdir, o dia estava muito quente somado ao calor do asfalto mais a poeira, as dificuldades foram grandes.
A cada quilômetro completado mais os aventureiros se desgastavam, estavam nos limiar de suas energias, certamente o que lhes impulsionavam para conclusão de sua meta era a insuperável determinação.
Chegaram a cidade do Guarujá as 10:00 h da manhã, foram exatamente 24 horas caminhando ao relento, sem o mínimo descanso. Dirigiram-se a rodoviária pegaram o ônibus e retornaram para seus lares com a sensação de…Missão dada é missão cumprida…!!!
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